quinta-feira, 2 de novembro de 2017

2º ENCONTRO DE MÃES MAMÃE LEVADA

Sábado realizei o 2º ENCONTRO DE MÃES em Bragança Paulista/SP



Aos 12 anos desejei ser psicóloga, aos 18 anos entrei na Universidade e aos 21 anos comecei o meu primeiro estágio profissional em um supermercado famoso da minha cidade, logo depois consegui uma oportunidade na indústria e direcionei minha carreira para T&D (Desenvolvimento de Pessoas), embora tenha atuado em todas as áreas organizacionais desenvolvendo um perfil generalista.

Aos 23 anos já estava atuando como psicóloga na área escolar na área rural de Frei Inocêncio/MG.

Eu acordava as 4:00 da manhã, as 5:30 tinha que pegar o ônibus para uma viagem de uma hora e meia. Depois pegava o carro e ia até as escolas que ficavam nas fazendas da região.

Tive oportunidade de conhecer diferentes realidades, culturas diferentes (muitas crianças nem sabiam o que era assistir televisão), escolas com crianças de todas as idades na mesma sala, em séries diferentes e as professoras sozinhas tinham que se virar...conheci o que é paixão pela profissão, fazer com poucos recursos, mas fazer o seu melhor e com amor.

Aprendi vendo mulheres de todas as idades, recém-formadas a velhas de profissão.

Quando a gente se abre para aprender com outras pessoas, o caminho não fica mais largo ou mais rápido, mas você aprende o que é maturidade profissional antes do tempo.

Eu aprendi que não preciso competir com ninguém além de mim mesma, o que me faz avançar ou paralisar sou eu mesma.

O olhar do outro é sempre o que vai te ferir ou matar.

Então é melhor cuidar. Do olho, do outro. Que sempre vai te desejar o que ele traz no coração, as vezes ou na maioria das vezes, inveja, falta de empatia, competição sem necessidade.

Aprendi com meu pai a focar no melhor das pessoas e em quais habilidades aquelas pessoas tinham e que eu poderia aprender com elas.

Encontrei pessoas maravilhosas, homens e mulheres dispostos a ensinar, a compartilhar, o que sabiam fazer de melhor.

Veio a experiência no consultório particular de psicologia, veio o trabalho na Comunidade Terapêutica, vieram os grupos de auto ajuda onde eu desenvolvia trabalhos voluntários, vem o trabalho com menores infratores, também atuei na Equoterapia (com crianças austistas e com dificuldades de aprendizagem), veio depois a oportunidade de retomar a carreira na indústria.

Vieram as especializações, inúmeras viagens para estudar, mudanças de cidades para trabalhar.

Nossa! Eu era incansável, ainda sou.

Agora uma mãe inquieta, tentando desenvolver o meu melhor papel.

E como é difícil porque mãe não troca informação, elas não te contam como é difícil conciliar tudo.

Ou estão com caras felizes ou caras de acabadas, mas não te contam.

Ou melhor, não contavam, hoje temos centenas de blogs onde as mães querem contar, mas como são alvo de críticas, mas perseveram.

Precisamos falar de nossas experiências maternas, aprender umas com as outras.

Ainda bem que temos mulheres obstinadas a mudar seu próprio mundo.

Ainda bem, que me sinto fazendo parte desse novo mundo materno que fala das dores e delícias de ser mãe.

“Nasce uma mãe e nasce um blog”.

Os filhos muitas vezes fazem nascer em nós uma mãe empreendedora.

E também temos as empreendedoras sem filhos, que desenvolvem um salutar feminismo que nos ajudam a projetar uma luz no fim do túnel.

“Um dia de cada vez”.

Precisamos desenvolver a SORORIDADE entre as mulheres.

O 2º ENCONTRO DE MÃES MAMÃE LEVADA com o objetivo de levar conhecimento para as mães para que cuidem conscientemente de seus filhos, teve também como convite, aproximar essas mulheres com filhos e sem filhos, para criarmos uma rede de apoio, onde podemos exercitar a sororidade.



O ENCONTRO DE MÃES, mais uma vez foi um sucesso.

A única reclamação foi que poderia ter sido o dia todo...rsrssr

Se o problema foi esse, podem aguardar o próximo.

Muito feliz com os depoimentos que chegaram:

Adriana Vieira Schapp da Consultoria Namaskar Yoga
Um evento em que o cuidado e carinho já começou na elaboração dos crachás personalizados (por família), só podia ter sido assim como foi!!!! Show! Parabéns @mamaelevada pelas palestras incríveis q proporcionou para tantas mães e pais! Obrigada pela parceria e amizade #🙏 #mamaelevada #namaskaryoga #bragancapaulista #braganca #maes #filhos #encontromaterno "


Maritânia Souza, palestrante no 2º ENCONTRO DE MÃES
da Consultoria Realizações Humanas
Excelente evento e muito feliz por compartilhar com tantas mães a necessidade de sempre nos desenvolvermos e crescendo nesta linda missão de educar nossos filhos!
Parabéns, Vivian Ferreira pela iniciativa empreendedora que estás desenvolvendo em Bragança Paulista e agradecemos a oportunidade de falar para as Mães Levadas!

Cristiane Raposo,  palestrante no 1º ENCONTRO DE MÃES e Orientadora Educacional
Parabéns @mamaelevada pela singularidade e pela iniciativa!!
#educação #informação #rededeapoio #mães #escolas #psicoeducação

Kamila Pinheiro da Kah Pinheiro Arte Reborn
Foi ótimo Vivian! Sempre achei lindo seu projeto e tenho certeza que ele irá trazer muitos frutos nos relacionamentos familiares.
‪Precisamos retomar a essência da infância que se perdeu e muito nos dias atuais.
‪Parabéns!

Graziela Leme do blog Mães Empreendedoras
Parabéns Vivian, foi prefeito! Poderia passar o dia todo lá... evento muito bem organizado, interessante, informativo, descontraído e sem dúvidas perfeito!!! Esperando Maio!!!

Carolina Antunes da AME Consultoria em Amamentação
Foi incrível! Cheio de boas informações, interatividade, empatia, trocas e muito profissionalismo!!!
Amei ser parceira do Evento!!!

Andreia Maniezzo Consultora Avon
Parabéns Vivian Ferreira foi um sucesso.
Amei mais uma vez estar com vcs.
Mamãe Levada foi sensacional o encontro.

Tatiana Rodrigues  Farmacêutica na Prefeitura
Evento maravilhoso!!!
Voltei para casa renovada!
Obrigada Vivian Ferreira! Amei ser parceira do projeto e conte comigo para o que precisar.
Espero em breve por um novo encontro!!!

Mariana Silva do Blog Casulo Materno
Parabéns Vivian Ferreira !!! Mais um encontro de sucesso! Adorei. Não tem como não sair transformada dos seus encontros. Sempre trazendo pessoas incríveis para palestrar e com conteúdos importantíssimos. Esse seu desejo de criar uma rede de apoio é muito importante e significativo para nós, mães.

Elaine Cristina Silva
Foi maravilhoso Vivian Ferreira😍. Parabéns!!! Não perco nenhum evento da Mamãe Levada 👏👏👏 obrigadaaaaaa.
Foi sensacional! Cheio de informações, interatividade, empatia, trocas, alto astral e muito profissionalismo!!! Foi incrível!

E muitos outros depoimentos e compartilhamentos na rede acontecendo essa semana.



Isso é SORORIDADE!

“É PRECISO UMA ALDEIA INTEIRA PARA EDUCAR UMA CRIANÇA”.

Eu acredito!



 Você que aceitou o meu convite para participar desse movimento: _Gratidão!

Eu seguro minha mão à sua mão
E uno o meu coração ao seu,
Para que juntos possamos fazer
Aquilo que sozinho eu não consigo
Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que eu não posso modificar,
Coragem para modificar as que eu posso e
Sabedoria para distinguir uma das outras. Amém!






sexta-feira, 21 de abril de 2017

Qual a cor da baleia?

Independente da cor da baleia, é terrível o que está acontecendo. Desde post de alertas, que para mim mais atraem jovens para esse jogo, até homens e mulheres adultos fazendo piada da situação.

Daí eu pergunto? Você tem filhos, sobrinhos ou netos pequenos?
Hoje vivemos um total desrespeito com a dor do outro.
As pessoas insistem em não cuidar da trave no seu olho porque precisam sacanear o desvio alheio.

Nossa sociedade está adoecendo, “emburrecendo” e ninguém faz nada. Como é isso?

Quando me tornei estudante universitária, falávamos da Inteligência Emocional. Hoje falamos de Neurociência, Montessori, Waldorf, Disciplina Positiva, Ecopedagogia, Desescolarização e muitas outras abordagens. Para quê? Modismo ou estamos realmente preocupados?

No passado o grande problema na sociedade era a dependência química, o vício em drogas, e foram anos e anos, atendendo jovens e seus familiares em meu consultório particular e na Comunidade Terapêutica que trabalhei em Ipatinga/MG. Vi muitos jovens se recuperando, como vi pré-adolescentes sendo usados como aviões e mortos quando saiam dos centros de recuperação para não delatar ninguém.

Hoje vejo que as famílias ainda sofrem com as drogas. Entretanto, antes as drogas eram uma curtição, hoje vejo jovens e famílias aceitando as drogas por melhor estilo de vida.
Essa semana ouvi um pai falando, você acha que meu filho vai querer sair das drogas, onde ele pode ter um tênis de marca que custa mil reais e trabalhar numa empresa para ganhar salário mínimo?

O que responder? Eu nunca respondo, eu pergunto:

a)  Qual é o seu valor?
b)  Qual é a moeda que te compra?
c)   Qual principal valor você quer que impere na sua casa?
d)   O que é importante para você hoje?
e)  Qual o legado você pretende deixar para os seus netos?

Acredito que todos deveriam se perguntar, perguntar, perguntar:

Eu vivo uma vida que faz diferença positiva na comunidade em que eu moro ou sou mais um daqueles indivíduos que tento tornar o mundo pior?

Até os pais e mães que hoje estão viciados numa vida futura melhor, precisam repensar para que trabalhar tanto, se sua saúde está indo embora e os melhores momentos com sua família são escassos.

Eu aprendi que a vida é AQUI AGORA.

Acredito que foi o melhor ensinamento que eu poderia ter aprendido na minha vida porque amanhã realmente uma oportunidade.

Eu vi meu irmão de 25 anos morrer por negligência médica, num momento que ele estava comprando sua casa própria.
Hoje eu vejo meus sobrinhos viciados em jogos eletrônicos e me pergunto:
_ Porque o que aprendi de bom com meus pais, não foi também absorvido pelos meus irmãos?

E também acontece na casa dos meus vizinhos.

Eu não cresci nos melhores dos ambientes, na minha casa tinha entre sai de todo tipo de gente porque meu pai era comerciante de pedras preciosas e ia desde o lavrador ao cara milionário que andava com capangas.

E daí! O que eu via dentro de casa, era uma mulher que cuidava dos filhos da melhor maneira possível, sua referência era não faltar comida boa, remédios e boas escolas. Meu pai acordava as 5:00 sem despertador, trabalhador, um homem incansável.

Minha mãe sempre apontava o que ela considerava certo e errado e nós tínhamos tarefas em casa. Eu era a mais velha de 5 irmãos, tinha que desde ensinar o dever de casa, lavar as fraldas de pano dos meus irmãos menores (que eu odiava, mas fazia) e também picar legumes para o almoço e varrer o quintal. Domingo era dia da melhor roupa para ir na igreja agradecer.

Meu pai nos levava para viajar, ir em restaurantes e também para ajudarmos em seu trabalho.

Com 7 anos eu já sabia polir pedra, com 9 anos já sabia cozinhar, com 10 anos já fazia compra no supermercado.

Hoje o que os pais fazem:

1.   Ao chegar no restaurante dá o celular -  NÃO PERTUBE!
2.    Chega em casa liga a TV – NÃO PERTUBE!
3.   Faz birra no shopping –TE DOU UM PRESENTE SE VOCÊ PARAR ou SAI PUXANDO PELO BRAÇO.
4.   Não quer comer – COME CHOCOLATE, BISCOITOS.
5.   Ir a missa – SÓ SE FOR CASAMENTOS OU BATIZADOS.

Temos que ensinar aos nossos filhos o que são hábitos e valores e quais as consequências deles.

Temos que ensinar aos nossos filhos que se um amigo cai no buraco, ele pode até cair, mas vai dar mais trabalho do que ele aprender com os erros dos outros.

Hoje falta intimidade e convivência entre pais e filhos por causa das questões da vida moderna.

E quando estão juntos, os pais não conhecem seus filhos, não sabem lidar com eles. Estão estressados com os seus trabalhos, estão viciados nos seus telefones e não querem também se submeter à desaprovação social de uma criança que chora ou se comporta mal. Acaba que esse filho não tem direito de se manifestar de forma negativa, que faz parte do comportamento infantil. Ele não pode fazer uma birra, dizer “não”, chorar, explorar seus limites de atuação no mundo. Como os pais não sabem lidar com essas situações, a criança acaba tendo todos os seus desejos realizados, não lhe colocam limites, não lhe dizem que ela tem que lidar com a frustração. A gente quer calar a qualquer custo o mal-estar. Então para parar com o chilique, a gente acaba cedendo. Ao invés de aprender as regras de convivência, o filho passa a ser um rei que dita as normas, os programas, os horários.

Hoje também superprotegemos nossos filhos. E o que é a superproteção? É impedirmos que as crianças tenham suas próprias experiências.


A gente está presente o tempo todo, aquilo que os americanos chamam de “helicopter parent”, pais que ficam flutuando em torno das crianças fazendo com que elas não tenham a experiência do mundo, justamente porque os pais se interpõem entre o mundo e a criança. Elas ficam impedidas de lidar com o risco, com a aventura, com as relações interpessoais, com os problemas da escola, com a dor, com os machucados. Se a criança tem um problema com uma outra criança, os pais se interpõem para resolver a questão, no parque não deixam ela se arriscar a subir mais alto no trepa-trepa. É claro que ninguém quer que o filho quebre um dedo ou receba um ponto, mas são experiências da infância. A criança tem que ter a experiência do risco, do ralado no joelho e da frustração. Outra coisa muito grave é que para evitar os perigos do mundo, as famílias ficam muito em casa, se expõem pouco à natureza, as praças e as praias. Os riscos desses lugares existem e temos que lidar com eles, pois fazem parte da vida.

Eu tenho um filho de 5 anos e sei como é complicado desaprender a superproteger porque ligamos os noticiários e só vemos notícias terríveis. Mas, ele mesmo me diz: _”Mãe, eu não sou mais um bebê”. E eu fico com coração na mão, mais deixo ele se arriscar de vez em quando e até já deixei passar o dia na casa dos vizinhos. Fico com coração na mão, mas deixo explorar parques e praças.


Eu como mãe tenho tentado deixar meu filho crescer e aprender a se virar sozinho em algumas situações, e ter consciência de suas escolhas.

Mas, a realidade a nossa volta é assustadora. Vejo outras crianças que comandam suas casas, não tem hora para dormir, determinam a programação do fim de semana. Criança que come o chocolate ao invés da comida, que ganha o presente depois de ter se jogado no chão do shopping. Crianças que mentem para seus pais sobre o colégio e os pais vão lá tirar satisfações. Pais que não aceitam quando você diz, seu filho anda batendo nos amiguinhos e você escuta: _ Como vocês são mães maldosas fazendo isso com meu menino? E as escolas que não chamam os pais para conversar quando o filho agride a professora por medo da represália.

Meu Deus! Que geração futura estamos criando com tanta permissividade.

Os filhos aprendem tantas “coisas”, quando estão longe dos nossos olhares atentos e no convívio com outras pessoas, mas não dá para criar filho isolado, dentro de uma redoma.

E o que fazer? Eu tento acolher meu filho nas suas emoções.

Se ele está com raiva, eu desço na sua altura e digo para ele “você está com muita raiva” e tento mostrar de forma teatral o que está acontecendo, para fazê-lo entender o sentimento que ele está tendo e dar permissão para ele se expressar.

 Muitas vezes acontece de ele querer um brinquedo e eu digo: “você quer esse brinquedo, eu sei que você quer muito, eu te entendo, mas a mamãe não pode comprar ele agora”. Isso quebra um pouco esse mecanismo do tudo quero.

Ter convivência com os nossos filhos, oferecer a eles oportunidades de conversar, de refeições em família, de sair na rua juntos, brincar nos parques, subir no trepa-trepa, ralar o joelho no chão, cair da bicicleta, subir numa árvore, levar um zero, aprender com a frustração. Tudo isso é importante para formar uma criança mais feliz e um adulto mais íntegro, preparado para conviver com o outro.




Para aprender a respeitar o outro a primeira coisa que um filho tem que entender é que ele não é o centro do mundo. Ele é um membro de uma família e ter relações igualitárias com os outros membros da família vai fazê-lo entender que vive numa sociedade. Esse é o nosso papel como pais.

Pais, não podemos fugir da nossa responsabilidade.

Temos que tirar nossos filhos de casa, temos que ensiná-los a viver, temos que colocar regras. Ensiná-los a pescar o peixe (lembram dessa metáfora?).

Vamos aproveitar toda essa onda de baleias e vamos nos comportar como uma Mãe Baleia.


“ Baleias amamentam. Baleias andam por aí, cortando os mares e conhecendo lugares legais...
Baleias tem amigos ... Baleias ... brincam muito. Baleias cantam muito bem. Baleias ... quase não tem predadores naturais.
Baleias são bem resolvidas...”

Depois de 20 anos como profissional de psicologia, eu cheguei a constatação que só tem filhos viciados em alguma coisa, mães infelizes.

É como se esse filho gritasse silenciosamente, olhe para mim, saia da sua depressão e vem cuidar de mim.

Já viu como mãe de dependente químico é solicitada a se mexer.

Olhe a sua volta e faça algo por sua família.