domingo, 31 de julho de 2016

Qual infância estamos construindo?
Mamãe Levada tem essa preocupação.

Depois de iniciar essa jornada em defesa do brincar livre, passei a observar mais os filhos com suas mamães, com seus adultos de referência e fico muito preocupada.

Nos escondemos atrás do não tenho tempo e não paramos para pensar que nossas famílias precisam de planejamento de lazer familiar.

Se os pais estão ocupados trabalhando, cuidando de uma parte importante da família, quem poderia ajudar nessa parte de brincar com as crianças?

Muita gente diz, só dar um brinquedo e deixar brincar. Mas, sabemos que só nos desenvolvemos integralmente se estivermos em contato com outras pessoas.

É muito comum os pais reclamarem da falta de tempo, e o brincar ser colocado em segundo, terceiro e até quarto plano.

As consequências de não brincarem é grave para o desenvolvimento das crianças e, ao final, também na vida adulta. Não é à toa, vemos hoje muita medicalização infantil.

Fico de cabelo em pé com crianças funcionais abaixo de 6 anos fazendo terapia. Minhas desculpas, aos meus colegas da área, vocês sabem que não funciona.

Terapia abaixo de 6 anos é para crianças disfuncional, que deve ser aplicada junto com trabalho desenvolvido por equipe multidisciplinar, com diagnóstico feito através de exames clínicos.

Criança na primeira infância tem que brincar.

A toda criança deve ser dado esse direito e essa oportunidade.

Brincar é uma oportunidade para a criança conhecer outras pessoas da sua idade e aprender com elas. É nesse momento que acontece o desenvolvimento social, criativo e emocional.

Cada pai e mãe, pode fazer sua parte.

Eu iniciei com as Oficinas Mamãe Levada com o objetivo do meu filho ter com quem brincar.

Hoje, defender o brincar livre, auxiliando as mamães, papais e adultos de referência virou a minha nova carreira, minha missão de vida.

Através de meus atendimentos de Coaching, Cursos sobre o Brincar Livre, Encontros de Mães e Oficinas Criativas para as Crianças quero estar contribuindo para um mundo melhor.

Falamos tanto de um mundo melhor e precisamos começar dentro de nossas casas.

A Mamãe Levada abriu sua casa e seu coração.

Esperamos que nessas férias vocês tenham se divertido em família, ou ao menos proporcionado essa possibilidade para seus filhos.

Nessas férias, escutei uma mãe:
_“ Esse ano decidi ser menos egoísta, já que eu não posso ficar em casa e brincar com ele, vou deixar que ele participe de atividades que promovam o brincar livre. ”

Ficamos felizes que através de nossa página no www.facebook.com/mamaelevada , muitas mamães estão programando atividades com seus filhos.

Como uma imagem vale mais que mil palavras, um pouco de tudo que rolou por aqui, em nosso Primeiro Ano em Defesa do Brincar Livre.









Muita gratidão aos meus clientes mirins.


E aguardem muitas novidades vindo por aí!







































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sábado, 23 de julho de 2016

1 ano de Mamãe Levada

Um ano que abri as portas da minha casa para crianças que nunca tinha visto antes…”é estranho” alguns dizem, “você é louca”, “dá tanto trabalho só você mesmo”.

Vou voltar ao passado ...eu sou mineira, cresci brincando na rua... era permitido.

 As pessoas olhavam em volta, via as pessoas, enxergavam as crianças brincando na rua, não que nunca tivesse tido um acidente...tenho memórias de chegar da escola e um carro ter varrido asfalto afora o irmão do meu colega. Só que isso não nos paralisou, fez só que tivéssemos mais cuidado ao empinar pipa, andar de carrinho de rolimã, brincar de pique, queimada e andar de bicicleta.

Alguns vão dizer que é brincadeira de menino, mas em um passado recente, não existiam essas distinções. Até porque eu era a única menina no quarteirão da minha casa e haviam uns 10 meninos_ e eu queria brincar.

Era permitido brincar, brincar...sem todas os medos e pré-conceitos de hoje.

Nos dias atuais, lá em Minas Gerais as crianças continuam brincando fora de casa, na calçada com a supervisão dos pais, na casa de outros coleguinhas.  A amizade entre as crianças é incentivada.

Hoje moro no interior de SP, é uma tristeza só!
As pessoas têm medo de tudo, medo até de sujar o sofá, derramar leite no chão. Sou da época que água lava tudo. Eu sei...ela está escassa vão me dizer. Mas, economiza na lavação do quintal.

É incrível como as crenças e valores afetam o desenvolvimento das pessoas, por isso que é preciso defender o brincar livre.

Brincar contribui para o desenvolvimento da saúde mental do individuo. Os adultos também precisam brincar, despertar a criança escondida para poder ser bons exemplos para os filhos.

Escutei esses dias de uma mãe que nessa região que moro, as mães têm medo de aceitar um convite para trazer o filho para brincar na casa de alguém porque depois vão se sentir na obrigação de ter que retribuir o convite. Que horror!

Cansei de ir ao clube e encontrar só babás que não interagem nem com outras mães porque a patroa não vai gostar, mas também não interagem com a criança sob sua supervisão.

Levo meu filho em lugares que tem monitores e fico perplexa como muitos parecem robôs, não interagem, não recebem treinamento.

E lá ficam as crianças, cada qual no seu mundo.

Cansada de tudo isso, meu filho precisava, precisa socializar. Não quero que suas relações ficam limitadas ao colégio.

Daí a inspiração, Mamãe Levada.  A ideia era abrir um espaço, uma brinquedoteca. Fiz curso de brinquedista e gestão de espaços recreativos.  Com a crise financeira que assola nosso país, decide fazer em casa. Cobrei somente o valor do material que seria usado e o lanche e lá vieram as crianças através dos meus post no facebook.

Que experiência fantástica! E a cada oportunidade de férias e recesso escolar, a minha casa foi aberta para receber esses sorrisos, essa alegria que criança quando se sente acolhida, cuidada oferece.

Foram várias oficinas no decorrer deste 1 ano:
1. Oficina de pintar com as mãos e com os pés;
2. Adote um monstro;
3. Sensorial Dinossauros;
4. Brincar na neve;
5. Papel Marchê;
6. Cidade de Papelão;
7. Festa dos heróis;
8. Acerte o alvo.

Muitas outras lambuzeiras, contação de estórias, festival de danças, pique pega.

Nenhuma briga entre eles, apesar da diferença de idades, porque a ideia que quis transmitir e funcionou é que a minha casa, era como se fosse a casa daquela tia velha, daquela avó.

Meu filho que teve problemas com a fala quando foi para o colégio (1 ano e 10 meses), hoje conversa, conta casos, interage, quer saber as coisas, fez novos amigos. O pediatra que avalia ele anualmente, se impressionou com o desenvolvimento dele na consulta essa semana.

Hoje vejo crianças que brincaram conosco que eram tímidas, hoje estão mais sociáveis.

Teve aquelas crianças que falaram que adoraram na avaliação final, mas que identifiquei e marquei na minha agenda que não voltariam. Crianças (mini-adultos) acostumadas com viagens a Disney e passeios dirigidos, que eu sabia que tiveram dificuldade em entender a proposta pela forma de se comportar. E eu acertei na minha avaliação porque não voltaram.

Mas, as crianças que gostaram de brincar livre, se tornaram clientes cativadas que não perderam uma oficina oferecida. E isso muito nos alegrou.

A medida que elas passaram dos 7 anos, meu espaço se tornou pequeno, percebi pela procura deste ano, só crianças entre 3 e 5 anos.

Um movimento que aconteceu também na cidade acredito que por conta da crise, todos os colégios ofereceram recreação este ano, as igrejas e escolas de inglês também de forma gratuita como forma de atrair clientes/fiéis.

Muitas mamães abriram suas casas nessas férias e receberam os coleguinhas dos filhos.

Claro que não foi porque viram minha página, apesar de ter recebido o feedback de 3 conhecidas que se espelharam no projeto Mamãe Levada e nessas férias abriram uma nova frente de trabalho.

Fico muito feliz, que o brincar esteja ganhando espaço.

Precisamos formar crianças cidadãs, conscientes do meio que estão inseridas.

Precisamos que nossas crianças tenham excelente saúde mental para enfrentar os desafios a sua volta.

Precisamos que mais mamães e papais reavaliem suas crenças.

Os movimentos estão acontecendo nos grandes centros e precisamos abrir espaços nas cidades do interior.

Mamãe Levada continuará sua jornada em defesa do brincar livre.

O que mais me decepcionou este ano foi tentar entrar para a Aliança pela Infância e alguém me perguntou se eu era “indicada” por alguém. Logo me remeteu, quando me perguntavam de que família eu faço parte. Era como se eu escutasse: “Qual o seu pedigree?”

Diferente das empresas que gentilmente me patrocinaram com envio de livros e lanches. Só queriam saber: Qual o seu projeto? Qual a causa que você defende?


O mundo precisa urgente, de uma mudança radical de valores.

Como profissional da saúde mental eu vou fazer a minha parte.

A psicologia positiva desenvolvida nos anos 90, se dedica a estudar as emoções positivas (felicidade, prazer), traços positivos do caráter (sabedoria, criatividade, coragem, cidadania, etc.), relacionamentos positivos (amizade, confiança, vínculos afetivos saudáveis) e as instituições positivas (escolas, empresas e comunidades).
Ao contrário da psicologia tradicional, que se foca no estudo e tratamento de distúrbios como a depressão e ansiedade, o novo campo da Psicologia Positiva (Coaching) se propõe a focar mais nas forças que nas fraquezas. Busca promover mais as qualidades do viver do que reparar o que vai mal.

Vou continuar meu trabalho de formiguinha, apoiando as mães através de meus atendimentos online com o processo de Coach Kids. Também, todas as férias minha casa terá suas portas abertas para novos sorrisos e novas oportunidades de brincar livre.

Incentivar a leitura, incentivar o brincar, trabalhar crenças e valores foi a forma que encontrei de ajudar meu filho e auxiliar também outros pais e mães.

E você que está lendo este texto é convidado (a) a nos acompanhar nessa trajetória rumo a um futuro de mamães e papais mais conscientes de seu papel.

www.facebook.com/mamaelevada

Como diz o clichê: _“Não basta ser pai, tem que participar. ”

É verdade, nossos filhos aprendem pelo o exemplo.

Um grande abraço!
Vivian Ferreira = Mamãe Levada