domingo, 27 de maio de 2018

SEMANA MUNDIAL DO BRINCAR - O que é o brincar livre?



Nesse movimento do brincar as mães começam a enviar fotos e questionamentos:

_ “Meu filho só joga vídeo game nessa nova idade”.
_ “Eu não tenho nenhuma foto do meu filho em contato com a natureza”.
_“Meu filho só brinca na escola porque nos outros horários ele vai para o clube praticar esportes”.
_ “Só brinca livre quando viajamos”.
_ “Ele tem um monte de brinquedo por isso é difçil ele escolher com o que vai brincar”.
_”Minha casa não tem espaço para brincar é muito pequena”.

Todo esse movimento nos faz pensar, quanto tempo é necessário que uma criança brinque livremente?

Qual o tamanho do espaço para brincar?

O que é realmente esse tal de brincar livre?

BRINCAR LIVRE é quando a criança realiza uma atividade em que ela está se divertindo, mas que não é direcionada por regras, imposições, objetivos de aprendizagem ou como um estímulo para uma determinada intensão (brincar com pintura a dedo para estimulação sensorial, por exemplo). 
No brincar livre a criança é deixada solta para explorar o momento, no ambiente em que ela está ( em casa, na escola, não necessariamente em contato com a natureza) e no seu próprio tempo, ritmo e livre para criar a brincadeira que quiser de acordo com a sua criatividade e vontade. 

A criança é inventiva por natureza, as brincadeiras se criam, tudo se torna possível desde que seja permitido soltar a imaginação.

O espaço do brincar pode ser encima da sua cama ou do sofá, se faltar espaço na casa.

“Quanto tempo brincar”? Observando as crianças brincando por aqui, vejo que a cada 30 minutos querem uma nova brincadeira. Se os pediatras começarem a receitar 30 minutos de brincadeira por dia já seria um bom começo. O ideal é uma hora porque gastam 30 minutos estruturando a brincadeira e 30 minutos realmente brincando.

“Eu não sei brincar com meu filho, muitos pais dizem”. Você não necessariamente precisa brincar com ele, sente no chão e fique por perto para que ele se sinta seguro para explorar, inventar, criar a brincadeira.

E se for brincar junto com seu filho, deixe que ele guie a brincadeira. Os pais devem entrar na brincadeira seguindo as orientações, explorando o mundo imaginário que a criança criou.

Permita que a criança se solte, evite sugestões, interferências, dicas. Só observe como ela brinca e o mundo e situações que cria, você pode aprender muito sobre seu filho. 

Em casa, disponha somente alguns brinquedos por vez.

A criança tem muitos brinquedos separe por tipo de brinquedos e cada semana apresente um tipo (de montar, musical, massinha, quebra cabeça, personagens).

Brincar não precisa de muitas regras, precisa deixar brincar e cuidar da segurança são ações necessárias dos adultos para que a brincadeira aconteça.

#PERMITABRINCAR. ( Uma campanha do blog Mamãe Levada)




segunda-feira, 7 de maio de 2018

EU MÃE E FEMINISTA...

...SEM TEMPO PARA ENSAIOS.



"Mães não têm tempo para o ensaio: estreiam a peça no susto. Aprendem a pilotar o avião em pleno voo. E dão o exemplo, mesmo que nunca tenham sido exemplo. Cobrem seus filhos com o cobertor que lhes falta. E, não raro, depois de fazerem o impossível, acreditam que poderiam ter feito melhor. Nunca estarão prontas para a tarefa gigantesca que é criar um filho – alguém está?"

Eu adorei a poesia da Cris Guerra, me fez refletir.

Como fui mãe quase aos 40 eu pensei que estava pronta. Minha experiência como tia passou longe, embora o amor seja igual, mas o cuidar 24 horas e não ter tempo de se olhar no espelho aconteceu só agora.

Lembro de uma funcionária que queria mais tempo para ir em casa amamentar, eu como supervisora do RH tinha que fazer valer as normas. Hoje eu penso que se eu já tivesse sido mãe, talvez eu teria burlado as normas e a deixado passar mais tempo com seu filho. Será? Penso sempre nisso.

Mesmo sem filhos, eu defendia a ideia de ter uma cuidadora, montar uma salinha especial para amamentar, ter uma creche na empresa, etc., mas eram ideias impensáveis, totalmente reprovadas para o ambiente machista que eu vivia.

O supervisor da moça queria que eu resolvesse, ele dizia que não liberava porque eu não deixava e ele na verdade, tinha o desejo de desligar a moça porque o substituto na função ele desejava contratar. Até hoje, a moça acha que eu era o monstro do RH e eu era só aquela que tinha que fazer valer as normas e os supervisores das áreas ficavam como os bonzinhos.

E em quantas empresas isso acontece até hoje?

Eu tive uma diretora que ela era vista como a dama de ferro, fria, distante.

E ela é a pessoa mais doce que já conheci no RH, tinha um cuidado especial com suas funcionárias mais próximas e com os dois filhos, nem se fala os cuidados e preocupação. Mas, como ela tinha um alto cargo as pessoas no dia a dia só percebiam sua altivez e não seu coração enorme.

Embora eu sempre tenha sido feminista desde que nasci, o universo machista me contaminava para não lutar mais fervorosamente pelas causas...quantas mulheres são mais machistas que os homens.

Ser machista não é ser bruta, ser machista é pensar ou até mesmo dizer coisas sobre outras mulheres, até mesmo reforçar coisas que os homens dizem.

Quem é que nunca disse ou pensou sobre outras mulheres ou ouviu alguém dizer e não retrucou a favor da mulher.

POSTURAS MACHISTAS: 

1)   “Ela age assim porque é "mal comida" ou está de TPM”;

2)   “Essa aí é prostituta e vagabunda, só pode”.(Simplesmente, por não possuírem uma "postura" (hipocritamente) correta, como as mulheres que as julgam. Acontece demais quando se é segunda esposa.

3)   Muitas pessoas acreditam, que uma mulher não pode sair só com as amigas, por ser considerada "alvo fácil"ou mesmo ter amigos homens, porque não é postura de "mulher decente".

4)  E, é muito "normal" ver as mulheres chamando outras de "prostitutas", "putas", "piriguetes",pelo fato de estarem usando uma roupa mais curta, ou transparente, principalmente nos dias mais frios e/ou em eventos sociais, por exemplo.

5)  A afirmação "tinha que ser mulher".Essa frase principalmente no trânsito, quando alguma mulher está dirigindo, talvez pelo fato de demorar um pouco mais a sair com o carro na hora em que o sinal abre, ou na hora de estacionar.

6) "Lugar de mulher é em casa", principalmente quando competem com outros homens cargos de supervisão ou realiza uma função que é vista como masculina.

7)  "Mulheres para namorar" e "mulheres para pegar"muitos homens dividem as mulheres nessa classe, e tristemente outras mulheres próximas reforçam a dualidade.

 

8)   "Toda mulher deve casar e ser mãe". Será? Não deveria ser uma escolha pessoal e respeitada pelos demais.

 

    9)  A pior, é quando a mulher encontra um amigo de longa data nas redes sociais e manda mensagem, e aí o homem já casado responde: _Oi prima, quanto tempo? 

 

  10) “Ela não é boa professora porque ainda, não é mãe.” (Colocação campeã no colégio). Um absurdo! E a vocação da pessoa, onde fica?

 

Depois que meu filho nasceu, o meu feminismo silenciado voltou com tudo. 

 

Ser mulher, vivia na balada quando estudante, pagava as próprias contas de restaurante desde muito cedo, já ter ocupado cargos de liderança que eram pretendidos por outros homens e ser segunda esposa. Vocês podem imaginar os títulos que já recebi.

 

Antes, eu ligava o botão do FODA-SE e não discutia ou defendia muito o assunto porque a gente aprende o falso viver bem com as pessoas.     

 

Depois que meu filho nasceu, uma tigresa saltou de dentro de mim e hoje EU DEFENDO O FEMINISMO.

 

“O feminismo é um movimento social de "quebra" da hierarquização dos sexos, do sexismo e do machismo, reivindicando igualdade de direitos entre homens e mulheres.”

 

E citando novamente uma parte da poesia da Cris Guerra: 

“Já os filhos, ah… Filhos fazem a mãe voltar os olhos para coisas que não importavam antes. O índice de umidade do ar. Os ingredientes do suco de caixinha. O nível de sódio do macarrão sem glúten. Onde fica a Guiné-Bissau. Os rumos da agricultura orgânica. As alternativas contra o aquecimento global. Política. E até sua própria saúde. Mães são mulheres ressuscitadas. Filhos as rejuvenescem, tornando a vida delas mais perigosa – e mais urgente.”

“Quando nasce um bebê, nasce uma empreiteiraCapaz de cavar a estrada quando não há caminho, só para poder indicar: “É por ali, filho, naquela direção”.

 

Hoje, eu quero indicar a direção para o meu filho, desejo que ele aprenda em casa o que é a igualdade de gênero, o respeito pelas meninas.

E não é fácil porque tem muita gente ensinando meu filho sobre ser machista, principalmente depois que ele foi para a escola.

 

É um ensinamento por dia, através de exemplos, tarefas que tem que fazer em casa e conversas fortalecedoras na hora de dormir.

 

EU TENHO A CHAVE PARA O FUTURO DO MEU FILHO, TENHA VOCÊ TAMBEM.

 

EU TENHO ENSINADO PARA ELE:

 

1) Guarde os seus brinquedos, outra pessoa não tem obrigação de fazê-lo por você.

 

2) Tem coisas que já consegue fazer sozinho e então faça, não precisar esperar pela mãe, como: escovar dentes, tomar banho, preparar seu leite com Toddy, entre outras coisas do dia a dia.


3) Seja forte e sensível; as duas coisas não são incompatíveis. Homem pode chorar.
4)Sempre se lembre das palavrinhas mágicas:  Obrigado! Por favor! Desculpe-me! Use-as sempre.

5) Não tenha medo de pedir desculpas. Fazê-lo não é um sinal de fraqueza, mas é um ato de coragem e força.

 

6) "Não" significa não. O silêncio também significa não. E até "talvez" signifique não. Só o "sim" significa sim.


7)Seja amigo das meninas.

8) Meninas podem gostar de caminhões, super-heróis e futebol, da mesma maneira que meninos podem gostar de princesas, brincar de fazer comida e assistir Moama. 
9) Tenha proximidade com crianças que lhe motivem a ser a melhor versão de si mesmo.
10) Seja sempre grato até por uma bala que você ganhar de presente no aniversário. Não faça cara feia quando ganhar algo que não era o que esperava porque a outra pessoa gastou o tempo dela para escolher e lhe presentear. 
E NO SUSTO EM SER MÃE, EU SOU A MÃE QUE EU SEMPRE QUIS SER.
Os anos passam muito rápido, o que pudermos ensinar na primeira infância para nossos filhos é o que os fortalecerá na vida adulta.
São coisas que venho fazendo, o que funciona na minha casa pode não funcionar na sua casa, mas faça escolhas, tome decisões que criará a conexão com seus filhos por uma vida toda.
Fica a dica!  Vivian Ferreira, a Mamãe Levada.