quinta-feira, 9 de março de 2017

AS MÃES E SUAS CAVERNAS – Parte I

O Mito da Caverna

O mito fala sobre prisioneiros (desde o nascimento) que vivem presos em correntes numa caverna e que passam todo tempo olhando para a parede do fundo que é iluminada pela luz gerada por uma fogueira. Nesta parede são projetadas sombras de estátuas representando pessoas, animais, plantas e objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros ficam dando nomes às imagens (sombras), analisando e julgando as situações.

Vamos imaginar que um dos prisioneiros fosse forçado a sair das correntes para poder explorar o interior da caverna e o mundo externo. Entraria em contato com a realidade e perceberia que passou a vida toda analisando e julgando apenas imagens projetadas por estátuas. Ao sair da caverna e entrar em contato com o mundo real ficaria encantado com os seres de verdade, com a natureza, com os animais, etc. Voltaria para a caverna para passar todo conhecimento adquirido fora da caverna para seus colegas ainda presos. Porém, seria ridicularizado ao contar tudo o que viu e sentiu pois, seus colegas só conseguem acreditar na realidade que enxergam na parede iluminada da caverna. Os prisioneiros vão o chamar de louco, ameaçando-o de morte caso não pare de falar daquelas ideias consideradas absurdas.



O que Platão quis dizer com o mito

Os seres humanos, tem uma visão distorcida da realidade. No mito, os prisioneiros somos nós que enxergamos e acreditamos apenas em imagens criadas pela cultura, conceitos e informações que recebemos durante a vida. A caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens que não representam a realidade. Só é possível conhecer a realidade, quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, ou seja, quando saímos da caverna.

FONTE do texto inserido acima: www.suapesquisa.com

Mito da Caverna é uma parábola que foi escrita pelo filósofo grego Platão em 408-347 a.C.

O mito ou “Alegoria” da caverna é uma das passagens mais clássicas da história da Filosofia, sendo parte constituinte do livro VI de “A República” onde Platão discute sobre teoria do conhecimento, linguagem e educação na formação do Estado ideal.

Eu cresci ouvindo sobre o Mito da Mãe Perfeita e eu não via muita perfeição nas mães a minha volta...rsrsrs

Depois vieram outros mitos:

ü Ser mãe é natural.
ü Mãe é mãe.
ü Mãe sabe de tudo;
ü Você vai se sentir realizada quando for mãe.
ü Toda mulher precisa ser mãe um dia.


As amigas não compartilhavam as mazelas da maternidade.

Daí você se angustia quando se torna mãe.

Quando eu me tornei mãe, eu não percebi esse movimento de entrar para dentro da caverna.

É um movimento natural, até porque a gente quer proteger aquele filho, desejamos que nossa gravidez seja tranquila e um novo ser humano nasça e possa explorar esse mundão de Deus.

Nossa! Quanta responsabilidade.

Eu já tinha vivido quase 4 décadas, achei que estava mega preparada para ser mãe. Falei sobre isso no meu texto: http://mamaelevada2015.blogspot.com.br/2016/05/mamae-levada-vivian-ferreira-para-ser.html

Daí você está mãe, cheia de si, repleta de sonhos para aquele lindo bebê e daí vem os medos, mas vamos vivendo dentro daquela caverna que aparentemente é aconchegante.



O meu maior medo era se ia dar tudo certo até o fim da gravidez porque devido a todas as pressões externas eu tive um descolamento da placenta e depois durante o acompanhamento de pré-natal, eu escutava aquelas mães “horríveis” dizerem que haviam perdido seu bebê no oitavo mês de gravidez. É um horror as histórias que nos contam.

Então, eu vivi 38 semanas e meia vigilante...daí eu já estava dentro da caverna, um movimento que começou e que eu não percebi.
Eu ia no ginecologista toda semana para saber se estava tudo bem e quando fui fazer o exame morfológico fiz questão de ir para Belo Horizonte para fazer um morfológico completo que dourou quase 3 horas.

Sãos os medos e fantasmas que começamos a criar.

Eu tinha uma carreira como supervisora de RH e já tinha um ano que já estava paralelamente trabalhando como Coach.

Grávida, você começa a sofrer pressões no trabalho e os desconfortos da barriga crescendo.

Novos medos, novas ansiedades.

O filho nasce e no meu caso, eu me apaixonei à primeira vista e sofri à primeira vista, com as dificuldades em amamentar.

Aquele curso de pré-natal, de apenas uma manhã foi a minha primeira decisão errada como mãe.

Daí seu filho nasce e você está dentro da caverna.



4 meses de licença maternidade, mais um mês de férias, ...você cria um mundo só seu com seu bebê...o mundo te chama para fora da caverna, mas você só quer estar ali.

E o marido, onde fica nessa história toda?

Pois é, alguém precisa sair da caverna, trabalhar, trazer comida para casa.

E começam a nascer os primeiros conflitos, já que você decidiu ficar em casa, você também pode cuidar da rotina, das roupas.

Só que nós mães não percebemos esse movimento.

Fui viver meu sonho, cuidar do meu filho.

Eu rezei para ser dispensada do trabalho.

E com o sonho veio os pesadelos também.

Eu sou péssima dona de casa, acostumada a trabalhar com pessoas que já sabem o que fazer com suas tarefas de trabalho, de repente me vi em uma nova cidade, tentando contratar uma pessoa para me ajudar com os serviços domésticos, mas eu queria delegar tarefas domésticas e de repente eu tinha que ficar mandando.

E eu só queria curtir o meu filho.




Daí o marido chegava em casa, ele falava dos novos projetos de trabalho, e eu? Só reclamava da diarista.

CAOS...CAOS.

Você pensa que a gente percebe? Estamos vivendo em nossas cavernas e achando que é normal toda essa desorganização que se forma em volta.


Daí, depois de um tempo você começa a querer voltar ao mercado de trabalho.


No sábado...conto mais! 

Reflexões da Mamãe Levada.

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