domingo, 1 de abril de 2018

Páscoa

Qual é a sua lembrança mais antiga?

Eu me recordo aos 4 anos de idade, de ganhar no colégio um coelho de papel com uma barriga enorme de plástico cheia de bombons pequenos.

Lembro das canções:

“De olhos vermelhos de pelo branquinho, de passos ligeiros, eu sou coelhinho…”




Lembro do meu pai chegando em casa com um caixa de ovos médios para cada filho que vinha uns 12 ovos em cada caixa. Exagero total!

Eu gostava mesmo era da farra, de abrir cada ovo que ganhava para ver o que tinha dentro. E dentro tinha outros ovinhos pequenos e o legal eram contar quantos tinham.

Eu não como chocolate, não porque minha mãe proibia, eu não gostava mesmo e ainda não gosto de comer, mas adoro a magia em ganhar chocolates e depois distribuir.

Lembro aos 6 anos, das encenações na igreja, da história da Ressureição.

Padre Manoel era um excelente catequista, nunca esqueci dele dizendo:

_ “Páscoa é passagem”.

Vida Nova!

Lembro que o tempo das vacas magras chegaram e minha mãe comprava uma caixa de bombom Garoto e dividia entre os filhos.



Como eu não gostava de chocolate, ficava sempre com o de ameixa (as vezes eu dava sorte de vir dois na caixa).

Ele vinha embrulhado no papel branco com desenhos de ameixas roxa e eu abria e cortava as laterais e comia só o recheio de doce de ameixa.

Era tão boa a diversão, o compartilhar.

Hoje vejo a magia se perdendo.

Mães que os filhos não podem comer chocolate por pura escolha egoísta delas, de encher a boca e dizer que segue essa ou aquela dieta/abordagem na arte de criar filhos.

Minha mãe nunca me proibiu de comer, e eu deixo meu filho comer, talvez seja por isso ele nem faz muita questão do chocolate.

Hoje, os ovos têm brinquedos dentro, ou melhor, tem brinquedo fora, para ver e querer comprar.

 E é a sensação!

Embora eu considere que é estimular o consumismo, a sacada da loja do solzinho de fazer ovos de brinquedos é sensacional.



E na verdade, eu curto tudo isso!

Vejo que temos que estimular é esse sentar em família, abrir o chocolate ou o brinquedo, dividir, brincar juntos e dar boas risadas.

As igrejas (algumas) deixaram de fazer encenações simples, hoje são grandes teatros, e sinceramente, se perdeu a essência, as crianças ficam entediadas, só os adultos gostam, mas logo se desfaz a sensação daquele momento.

Precisamos reaprender a dar sentido à Páscoa.

As escolas nem falam mais dessa data tão importante para os cristãos, porque é dar tom religioso e não pode mais.

Porque algum infeliz, em nome das outras religiões, considerou que é desrespeito aos outros cultos e crenças.

Lembro quando pequena que na páscoa meu colégio levava a gente na missa para no ofertório levarmos brinquedos de doação para as crianças mais necessitadas.

Hoje vejo as pessoas doando aqueles ovos enormes em instituições de caridade que nem deixam as crianças comerem, os adultos repartem entre si depois.

É preciso repensarmos os valores que queremos deixar.

Eu faço questão de colocar pegadas, de comprar o ovo com o brinquedo que meu filho quer porque eu quero que este dia seja de alegria, família reunida, sentar no chão e brincar junto, inventar estórias da dificuldade do coelho atravessar a porta fechada, essas coisas que nos fazem rir e no futuro recordar.



Desejo aos leitores do meu blog que a Páscoa aconteça dentro de vocês.

Que uma pequena mudança de atitude que você fizer, transforme seu dia a dia trazendo a Paz de Cristo e a perseverança de dias melhores.

Feliz Páscoa!


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