terça-feira, 12 de julho de 2016

O dia que me dei conta…

A maternidade trouxe o que eu buscava a vida toda, algo que transbordasse dentro de mim, que me levasse a outros mundos sem sair do lugar, que trouxesse para dentro de mim um pedaço do universo, que me fizesse uma pessoa melhor e que me deixasse nesse estado meio zen e que eu tivesse a certeza que deixei minha melhor parte, minha marca neste mundo.

João Pedro é a minha semente do amanhã.

Meu amorzão!



Eu me encontrei nesse lance de ser mamãe.
As vezes me atrapalho, mas logo já consigo rir de mim mesma, das cobranças excessivas que me faço, fruto do olhar dos outros que aponta as falhas, mas não estende os braços.

 Agora ele está crescendo e como uma avalanche começo a me dar conta de tantas outras coisas.

Esses dias ele me disse:
_ “ Mamãe, eu não sou mais bebê. Olha, eu cresci. ”

Pois é, cresceu ...como cresceu!

Se eu queria formar um cidadão para o mundo, estou no caminho certo.

A personalidade de uma criança se forma até os 5 anos e meu tempo está exaurindo. Meu filho é um menino lindo, inteligente e cheio de si.

Nossa! Mas, o que eu faço comigo agora?

De repente, aquela mulher que virou mãe, maluca, ligada em 1000 watts, 80% focada no filho vai precisar se reinventar porque as necessidades estão mudando.

E para esquentar a brasa, eu me deparo com um texto de uma mãe, uma profissional que admiro que diz:
_ “ Eu soube que o puerpério acabara quando me vi no espelho e consegui me ver nos meus olhos. Só tem eu aqui dentro agora. ”

Engoli em seco. Só me veio um: Puts!  (estralo da minha mente).

Me dei conta que Puerpério é esse que passou e eu não percebi?

Por favor? Me tragam um espelho.

“ O puerpério é o período que a mulher tem para se recompor da gestação, tanto em termos hormonais, quanto corporais. “  
“O puerpério se divide em três fases. A primeira é o imediato, que ocorre a partir do momento da saída da placenta até duas horas depois do parto. A segunda é o mediato, que acontece das duas horas até cerca de 10 dias depois do parto. E por fim há o tardio, que ocorre a partir dos 10 dias até o final da oitava semana ou até os ciclos menstruais voltarem. ”
   
Meus ciclos voltaram descontrolados, meus hormônios ainda me sufocam, meu corpo foi, voltou e parece que estou grávida novamente, minha sensibilidade está a flor da pele. Não posso mais ter filhos, demorei demais para aceitar essa possibilidade de ser uma boa, levada mamãe. Mas, essa barriga não sai de mim.

Me dei conta agora que o tempo passou rápido. Que não é ruim ser mãe.
Ruim é esse povo que te aponta, sem te abraçar.

A sociedade nos mata aos poucos e muitas mulheres deixaram de ter seus filhos porque alguém lhes disse que uma carreira era tudo na vida.
E nós que nos arriscamos tardiamente ou as mamães que seguiram os protocolos, sofrem silenciosamente porque a solidão é  diária, nos desequilibramos sem saber como lidar com desfraldes, birras, alimentação saudável, professores sem pedagogia, médicos que tudo é virose, entre outros temas.

As pessoas olham para nós mães e parecem ver um ET, fingem não ver nossa exaustão.

Esses dias ouvi uma mãe de dois filhos dizer que tudo que queria era poder sair sozinha com as amigas. 
Eu vou confessar...bem baixinho para não me sentir mal.  Eu queria dançar a noite toda num show com minhas amigas, sem me preocupar que às seis horas, aqueles pares de olhos vão me olhar e meu garoto vai me dizer: _”Bom dia, mamãe! Já tem sol.”

De volta a realidade, tenho a certeza de que ócio é luxo! Se eu optar pela noitada, o dia virá sem direito a descanso e que o sono persistirá.  

Porque ainda me perguntam porque prefiro programas diurnos em família? Porque ainda me dizem que só fico lambendo a cria? 

Para mim, uma noite de sono é sagrada! Minha família é sagrada! E como meu filho sempre me deixou dormir a noite toda (fora períodos que fica dodói), eu o recompenso levantando as seis horas da manhã para brincar com ele.

Escolhas e consequências.

E aqui estou eu, em frente ao espelho.
Quem é essa? Não me reconheço.
Eu me dei conta que o complicado desse processo todo da maternidade é cuidar do outro sem conseguir cuidar de mim mesma.

Pia cheia de pratos, a casa bagunçada, a comida por fazer. Os dentes escovados no final da manhã.Cabelo sem escovar, unha por fazer. Pilha de livros para ler.

O que você fez hoje? (É ouvir essa pergunta que eu logo me transformo num avestruz com a cabeça no buraco por um longo instante). Ser cobrada, me dói!

Por isso, rede de apoio não é luxo. É equilíbrio, é sanidade mental. Por isso, criei o blog Mamãe Levada..



Não dá para cuidar de filho sem olhar para nós mesmas.

Sem entender que a grama do vizinho não é a mais verde.

Nós carregamos expectativas e frustrações demais, e precisamos dar conta disso.

E você? O que você se deu conta, lendo esse texto?

Escreve para mim, vamos compartilhar, vamos nos apoiar?

Para finalizar...


Eu me dei conta que   se me fosse dada a chance de escolher outra vida, outro caminho e outras circunstancias, eu declinaria a oferta.

Eu certamente ia querer o que tenho, da maneira que tenho: com as vantagens, com o cansaço, as lágrimas, os sorrisos, abraços, risadas, sonhos, brincadeiras, broncas, choro, febres, aprendizados e realizações.

Porque são exatamente essas coisas que me permitem dizer, sem medo de errar ou de parecer hipócrita, que sou a mamãe mais maravilhosa e perfeita que eu conheço...kkkkk. 

AUTO ESTIMA em primeiro lugar, lembrem-se disso mamães. Beijo no coração!




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