Mamãe levada = Vivian Ferreira
Para ser mãe, não se requer título nem experiência. Tão
pouco é uma escolha que chega com um manual de instrução. Ninguém nasce
preparado para ser uma mãe. No entanto, as mulheres que estão tentando ser mães
podem contar com muita informação sobre saúde, educação, gravidez e parto, seja
na televisão, na rádio, ou através da internet. Inclusive já existem alguns
treinamentos e algumas escolas para pais.
A experiência de cada mulher, de
cada mãe, é única, pessoal e incomparável. Uma mãe com ou sem marido, biológica
ou adotiva, será sempre uma mãe, sem diferenças. A discrepância residirá na
forma de como recebe cada filho, como o educa e cuida.
Eu desde pequena já incorporava
uma Mamãe (risos), embora sonhava em fazer carreira, ser uma habilidosa
profissional em ajudar pessoas a trabalharem suas emoções para fazerem melhores
escolhas na vida.
Treinei por muito e muito tempo
sendo mãe dos meus irmãos e isso me rendeu muitas horas de terapia para me
desvincular desse papel, mas ainda tenho recaídas. Coitados!
1/2 mãe (na verdade), porque eles
tinham uma mãe forte, determinada na boa educação. Ela era quem mandava em
tudo, inclusive em mim (risos) até hoje.
Se eu tivesse sido mãe inteira, muitos
sonhos teriam ficado de lado _eu precisava estudar e viver todas aquelas
experiências da minha infância e juventude. Eu não entendia porque minha mãe
deixava seus sonhos de lado, só agora que me tornei mãe eu fui entender.
2001 nasceu minha primeira
sobrinha e coitada da minha irmã, encarnei novamente o meu papel de 1/2 mãe por
algumas horas por dia. O tempo que não estava trabalhando eu me dedicava aquela
menina linda que enchia meus pensamentos de sonhos grandiosos para ela. Dei o
primeiro banho, a primeira papinha de fruta, dei o primeiro biquíni e a
primeira piscina, gastava quase todo meu salário com mimos e a deixei fazer
muitas e muitas bagunças.
Quando fiquei grávida minha maior
preocupação era como ela receberia a notícia, foi um momento tenso!
Só que ela curtiu junto comigo e foi
minha companheira nesses meses de expectativas e agora é madrinha do meu filho.
Com a maternidade, ganhei também
uma filha emprestada do meu marido, com ela sou a boadrastra. Quando estamos só nós duas, a gente se
diverte, assistimos filmes, falamos dos livros que anda lendo (um hobby que ela
passou a ter com meu incentivo). Falamos de coisas da adolescência e trocamos
algumas dicas. Ter visto ela curtindo a
barriga foi muito legal e o melhor, foi quando ela me disse que sempre quis ter
um irmão e que ele tinha sorte de ter uma mãe como eu porque ela nunca tinha
visto uma mãe tão carinhosa e protetora. (Humm!!! Foi bom ouvir isto!)
Quando meu filho se desenvolvia dentro
de mim, entendi que todas as experiências que vivi eram para fazer daquela
escolha um momento especial, fantástico e único.
Trabalhei no decorrer da minha
vida profissional com todo o tipo de mulheres e mães...conheci mulheres que
falavam e falavam de seus filhos e outras só tinham filhos, mas que nunca foram
mães porque exploravam seus filhos de alguma forma ou terceirizavam o tempo todo
para ir para o salão de beleza, baladinhas, etc. Uma triste realidade vivenciada
por quem trabalha no terceiro setor.
Decidi que eu não seria uma simples
mãe, eu seria uma SUPER MÃE e fiquei muito honrada quando meu filho no início
de 2015, começou a me chamar de MAMÃE LEVADA.
Ele dizia que eu brincava com ele
e fazia muitas coisas criativas e divertidas, por isso eu era Mamãe Levada. (Nem preciso dizer que meu coração
transbordou).
Hoje meu filho está com 4 anos e 1 mês e é
uma criança fantástica, um menino iluminado e cheio de vida.
Acredito que todas as sementes que
plantei por aí, floresceram e estou colhendo o que plantei, um sorriso
iluminado todos os dias e um "Bom dia, mãe!", "Mamãe, eu te amo!", "Você é minha
princesa!" ... palavras que me soam como a música das harpas dos anjos de Deus.
O que aprendi em SER MAMÃE:
- Não devo comparar meu filho com outras crianças, pois cada criança tem seu tempo;
- Que para os médicos tudo é virose, mas depois da primeira crise, observando bem, sei quando ele irá adoecer e o que deverei fazer, sempre amparada por um bom pediatra;
- Parece que só meu filho tem determinada dificuldade no seu desenvolvimento, mas a verdade é que a maioria das mães não dividem as dificuldades do dia a dia, como se seus filhos fossem perfeitos. Importante sempre ter cautela com essas “amizades”;
- Muito importante criar uma rede de Amigas Mamães que poderão me auxiliar. Amigas = pessoas que tratam meu filho como se fossem delas. Mamães = aquelas que se descabelam pelos filhos, não aquelas que terceirizam com maior frequência do que é necessário;
- A melhor pessoa para conversar sobre o desenvolvimento do meu filho é a pediatra (que troquei algumas vezes até encontrar a profissional certa, o apoio necessário para o bom desenvolvimento do meu filho);
- Quando eu ficar “maluca” e quiser esganar a pediatra, antes disso consultar uma segunda opinião vai me fazer bem;
- Sempre dividir com o pai dele suas conquistas e frustrações. Pedir ajuda e envolve-lo na rotina de alguma forma, mesmo que a carga de trabalho do pai seja grande. Um dos papéis da mãe é participar o pai de tudo.
- Que eu sou o melhor exemplo que meu filho pode ter, então eu preciso cuidar não só como falo as coisas, mas como me comporto no dia a dia;
- Que quando ele faz algo que considero errado preciso conversar com ele na sua altura, olho no olho. Embora criança, ele entende muitas coisas e inclusive se estou sendo coerente. A linguagem do amor é entendida em todas as idades.
Se eu pensei que iria ensinar algo ao meu filho, me
enganei!
Estou aprendendo a cada dia ser uma pessoa melhor.
Feliz Dia das Mães para todas as Mamães Super, Hiper e Levadas.
Oi Vivian...
ResponderExcluirAdorei cada palavra...
Ser mãe é maravilhoso e a forma como você expressa é com muito amor, sinto o seu coração batendo ao meu lado, quando leio as suas palavras...
Obrigado por compartilhar momentos tão preciosos...
Bjo..
Luciene Andrade